Durante evento realizado no Japão, o Brasil mostrou-se bem preparado, assumiu posições de liderança e influenciou importantes trabalhos técnicos, conforme planejado
O IBRAM foi representado por Rejane Carvalho, Liana Joncew e Márcio Castilho. A delegação brasileira também contou com Bráulio de Freitas Pessoa do ITAK, Reinaldo Dantas Novaes da FLSMIDTH, e Renata Penna, Rodrigo Alves Costa, Simonny Guachalla e Samanta Santos representando a Vale. (Crédito: Divulgação)
O IBRAM-CONIM – Comitê para a Normalização Internacional em Mineração desenvolve um robusto programa de apoio às empresas da indústria mineral, coordenando e fortalecendo a participação dessas empresas brasileiras nos trabalhos de desenvolvimento de normas técnicas da ISO (International Organization for Standardization) e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Para o desenvolvimento das normas internacionais de minério de ferro, os comitês da ISO a saber, amostragem, análises químicas e ensaios físicos/metalúrgicos, se reúnem a cada dois anos em um país fornecedor ou consumidor de minérios. Especialistas da África do Sul, Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Holanda, Japão e Suécia reuniram-se em Tóquio para discutir as normas e os projetos desenvolvidos ao longo dos últimos 24 meses pelos grupos de estudo e grupos de trabalho da ISO/TC 102 – Iron Ore and Direct Reduced Iron.
Especialistas da África do Sul, Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Holanda, Japão e Suécia reuniram-se em Tóquio. (Crédito: Divulgação)
Na oportunidade, a partir dos esforços do IBRAM-CONIM, o Brasil se tornou responsável por quatro novas posições de liderança, além das que já detinha. Como as normas elaboradas pelo ISO/TC102 fazem parte das especificações em contratos comerciais, e, portanto, afetam diretamente o faturamento das empresas, a participação brasileira foi fundamental. Para a coordenadora do IBRAM-CONIM, Rejane Carvalho, a reunião do ISO/TC 102 alcançou os objetivos propostos e a delegação brasileira foi bastante elogiada pelos chairs dos três subcomitês, pois o país estava preparado e dominava todos os assuntos, conseguindo aprofundar as discussões técnicas, bem como influenciar nos trabalhos em andamento. “As reuniões preparatórias promovidas pelo CONIM foram fundamentais para homogeneizar conhecimento e saber defender os interesses perante outros países, ressaltando a importância do trabalho de normalização nacional”, destacou.
Os projetos que o Brasil passa a liderar referem-se a métodos para avaliação da variação de qualidade (ISO3084), amostragem de lamas (ISO16742), métodos para verificação de vícios de amostragem (ISO3086) e desenvolvimento da fluorescência de Raios-x utilizando materiais de referência, técnica essa que responderá a uma crescente demanda e que já é bem sucedida nas empresas brasileiras, mas que precisa de reconhecimento internacional. Cabe ressaltar a participação brasileira apresentada em documento bem completo e embasado para revisão da norma ISO 3082 (Iron ores – Sampling and sample preparation procedures), que é uma das mais importantes do Comitê. Esse documento brasileiro foi bem aceito e será utilizado para a nova edição da referida norma. Registra-se também a manutenção da liderança brasileira para revisão do TCR 5, que é o relatório técnico do TC102 com definição dos critérios para avaliação prévia à publicação de todas as normas produzidas no subcomitê de análises químicas.
O evento foi realizado entre os dias 5 e 8 de dezembro de 2023. (Crédito: Divulgação)
Um dos pontos mais críticos da reunião, estudado e esperado pelo Brasil, teve seu foco na análise de umidade. Ao longo do trabalho do SG08, coordenado pela Suécia, o Brasil teve um relevante papel que corroborou para a finalização desse grupo de estudo que buscava o aumento da temperatura de secagem para análise de umidade, de 105ºC para 140ºC, podendo gerar significativos impactos financeiros. Da mesma forma, atuou junto à proposta japonesa que, semelhantemente, buscava o aumento da temperatura de secagem da amostra na revisão da ISO3087 (Iron ores – Determination of the moisture content of a lot), redirecionando essa proposta de estudo para avaliações in-house e focada em minérios diferentes do minério brasileiro, ou seja, minérios com água combinada elevada, como exemplo, minérios pisolíticos.
O IBRAM foi representado por Rejane Carvalho, Liana Joncew e Márcio Castilho. A delegação brasileira também contou com Bráulio de Freitas Pessoa do ITAK, Reinaldo Dantas Novaes da FLSMIDTH, e Renata Penna, Rodrigo Alves Costa, Simonny Guachalla e Samanta Santos representando a Vale. O evento foi realizado entre os dias 5 e 8 de dezembro de 2023.
Fundamental que o Brasil se mantenha atuante até a próxima reunião presencial da ISO/TC 102 – Iron Ore and Direct Reduced Iron, prevista para outubro de 2025 em Perth, Austrália.
Os interessados em fazer consultas em amostras de testemunhos de sondagem de projetos pesquisados pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) já podem programar visitas à Litoteca da empresa.
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