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Jornada e condições nas minas subterrâneas ganham destaque em seminário com participação do IBRAM

24 de setembro de 2025

Seminário “Modernização da legislação de mineração subterrânea” ocorreu em Brasília (DF).

Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) participou nesta terça-feira, 23 de setembro, do seminário “Modernização da Legislação de Mineração Subterrânea”, realizado em Brasília (DF). A gerente de Pesquisa e Desenvolvimento, Cinthia Rodrigues, representou o Instituto e apresentou uma análise econômica sobre as condições e a jornada de trabalho em minas subterrâneas no Brasil, com comparativos internacionais.

Durante sua exposição, Cinthia destacou os impactos econômicos da atual legislação que rege a atividade nas lavras subterrâneas, trazendo dados de um estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), encomendado pelo IBRAM. O Brasil conta com cerca de 14 minas subterrâneas em operação, e, segundo a representante do Instituto, as normas ainda carregam conceitos e percepções desatualizadas, oriundas de legislações das décadas de 1950 e 1980, o que representa um entrave ao desenvolvimento do setor. A gerente apresentou uma linha do tempo que ilustra como outros países vêm modernizando suas legislações para acompanhar a evolução tecnológica e as transformações nas dinâmicas de trabalho do setor mineral subterrâneo.

Jornada e condições nas minas subterrâneas ganham destaque em seminário com participação do IBRAM

Seminário “Modernização da Legislação de Mineração Subterrânea” – crédito: divulgação

Entraves para a competitividade das mineradoras

 

Um dos principais pontos abordados foi a jornada de trabalho e como o tempo de deslocamento afeta diretamente a produtividade nas minas subterrâneas. Em uma jornada de seis horas, por exemplo, os trabalhadores gastam cerca de 30 minutos no deslocamento inicial, têm um intervalo de 15 minutos e outros 30 minutos de deslocamento ao final do turno. Já em jornadas de oito horas, o deslocamento inicial também é de 30 minutos, são dois intervalos de 15 minutos cada e mais 30 minutos de deslocamento no encerramento do expediente.

Esse modelo, segundo o estudo, demonstra que, à medida que as minas se aprofundam, o tempo de deslocamento tende a aumentar, o que reduz o tempo efetivo de trabalho e, consequentemente, a produtividade.

A apresentação do IBRAM também incluiu uma análise comparativa com legislações de países como Canadá, Estados Unidos, Chile, Peru e Austrália, que já atualizaram suas normas para equilibrar segurança do trabalho e eficiência operacional.

Jornada e condições nas minas subterrâneas ganham destaque em seminário com participação do IBRAM

Cinthia Rodrigues – crédito: divulgação

Com base nos dados levantados, o IBRAM propõe alterações na Seção X da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a ampliação do escopo da Lei nº 5.811/72. A modernização dessas normas, de acordo com Cinthia, tem potencial para gerar impactos positivos significativos, como o aumento da produtividade, maior geração de empregos, crescimento da arrecadação fiscal e expansão dos serviços ligados à cadeia mineral no Brasil.

O debate também contou com a participação de Hélio Tavares,  diretor de Operações e Projetos da Serabi Gold, Luis Albano Tondo, CEO da Jaguar Mining, e Antônio Neto,  diretor jurídico da Ero Brasil.

 

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