Andar pelas ruas estreitas desta cidade histórica, a primeira capital de Minas Gerais, é um convite à apreciação do charme das igrejas e casarões, cada um mais bonito que o outro. Legado do Ciclo do Ouro, o p
Andar pelas ruas estreitas desta cidade histórica, a primeira capital de Minas Gerais, é um convite à apreciação do charme das igrejas e casarões, cada um mais bonito que o outro. Legado do Ciclo do Ouro, o patrimônio impressiona, mas a calmaria dos tempos de outrora ficou para trás. Nos últimos 50 anos, a população da cidade aumentou seis vezes de tamanho. Hoje, moradores dividem o espaço apertado com ônibus, caminhões e uma frota de quase 20 mil veículos para 56 mil habitantes.
O progresso econômico e grande parte das pessoas chegaram na carona da mineração. Atraídas pelo subsolo rico em minério, as mineradoras intensificaram a atividade em Mariana na primeira década do século XXI, quando o mercado mineral passou por um período de intensa valorização. E elevaram o Produto Interno Bruto (PIB) às alturas. Entre 2000 e 2011, a soma de todos os bens e serviços produzidos saltou de R$ 468 milhões para R$ 5,4 bilhões, segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O setor foi responsável por 80% desse montante, o equivalente a R$ 4,3 bilhões. Só a Samarco, que chegou ao município em 1977, mas intensificou suas operações em 2008, contribuiu com R$ 1,9 bilhão nas contas de 2011. Naquele ano, a empresa de capital fechado, controlada por Vale S/A e BHP Billiton Brasil Ltda, inaugurou o Projeto Terceira Pelotização. Com investimento de US$ 1,35 bilhão, aumentou a capacidade produtiva para 21,6 milhões de toneladas por ano.
O aumento do PIB refletiu em um crescimento de 414% da receita orçamentária do município, passando de R$ 10,6 milhões, em 2000, para R$ 268 milhões, doze anos mais tarde. Para 2014, o orçamento estimado da Prefeitura de Mariana, aprovado pela Câmara Municipal, foi de aproximadamente R$ 342 milhões.
A riqueza que vem do subsolo impactou o emprego formal – entre 2002 e 2012, o município de Mariana passou de 5.953 vagas com carteira assinada para 12.766, crescimento de 114% no período. A cidade também alcançou um dos melhores índices de formalização do trabalho, chegando a 2010 com 45,7% dos trabalhadores da população economicamente ativa com carteira.
“A base da nossa economia é a indústria minerária, de onde vêm 88% de nossa receita. Ela mexe com o desenvolvimento econômico, reflete no comércio, gera impostos e novos empregos. Mas assim como o ciclo do ouro nos deixou como herança atrativos culturais, cabe a nós construir o legado da mineração. E isso serve para todas as cidades históricas mineradoras”, afirma o prefeito Celso Cota, que também preside a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig).
Segundo ele, entre 5.500 e 6 mil pessoas ganham a vida a partir da mineração. “Esse número oscila de acordo com os investimentos”, diz ele, que aposta em um incremento nas contratações com a implantação pela Vale, no Complexo Mariana, de um projeto de beneficiamento de minério de baixo teor.
Cota defende a aprovação do novo marco regulatório do setor. Com a nova lei, as mineradoras serão obrigadas a aumentar o valor da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), que, no caso do minério de ferro, passaria de 2% do valor líquido de venda para 4% do valor bruto.
Atividade aquece serviços e comércio
Tantas oportunidades advindas da mineração fazem a alegria de quem trabalha com comércio ou serviços. Dono de uma franquia do Number One em Mariana, Antônio Paulo conta que 90% dos 250 alunos da escola de idiomas são trabalhadores da mineração ou seus familiares.
“Algumas empresas custeiam parte do curso. É uma fatia importantíssima para o negócio”, diz.
O apetite dos estudantes o levou a abrir uma lanchonete dentro da escola. E o empreendimento deu tão certo que o empresário resolveu expandi-lo. Foi aí que ele abriu a Chantilly Confeitaria, localizada em frente à Praça Gomes Freire. De seis anos para cá, passou a ser acionado para fornecer doces, salgados e os famosos cupcakes para coffee breaks e demais festividades das empresas.
A empresária Jaqueline Gouveia viu em Mariana uma chance de mudar de vida. Depois que ficaram sabendo da venda de um supermercado no município, ela e a família, que moravam em Ponte Nova, fizeram as malas e fecharam negócio. Hoje, comandam o Jatobá, onde 80% dos fregueses trabalham em atividades ligadas ao minério.
“O setor sustenta Mariana. Mas a mineração também pode trazer problemas, por exemplo, para o meio ambiente. Por aqui, não pagamos água, mas vira e mexe ficamos sem ela. Aí só chamando o caminhão pipa”, relata.
Outro lado
O prefeito Celso Cota diz que conhece bem os desafios que a atividade traz. “Temos quatro focos de invasão de famílias qu[/LEAD]e vieram de fora. São questões que precisam ser resolvidas e englobam a demanda nas áreas de saúde, segurança, educação e mobilidade”, diz.
Segundo ele, sem uma curva ascendente de recursos para manter os serviços, daqui a 20 anos a cidade terá sérios problemas estruturais. “Por isso elaboramos um Plano de Desenvolvimento Econômico. E um dos projetos é a Estrada Parque: Caminhos da Mineração, que cria um circuito turístico no eixo histórico-minerador que passa por três comunidades, valorizando a cultura, história e belezas naturais”, ressalta.
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Fonte: Hoje em dia
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