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A região de Currais Novos, no Rio Grande do Norte, é tradicional para a história de produção do ouro no Brasil. Ali, o garimpo começou na década de 20, produção depois evoluída para novas tecnologias, com o interesse de grandes empresários na região. Agora, quem pisa nas reservas nordestinas é um grupo australiano, em busca do metal precioso. A Crusader, empresa com capital aberto em Sydney, vai investir R$ 400 milhões na construção de uma unidade de beneficiamento de ouro e prevê uma capacidade de produção de 5 toneladas do metal (150 mil onças) por ano por dez anos. O projeto Borborema fará com que a companhia se torne uma das principais produtoras brasileiras de ouro.
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“Nós arriscamos e agora acreditamos que essa área tem potencial para ser uma das maiores do país”, afirmou ao Valor, o presidente executivo global da Crusader, Robert Smakman. Em 2010, a australiana adquiriu o projeto de uma pequena empresa que o havia comprado do empresário Eike Batista.
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A região foi explorada desde a década de 90, mas com o recuo dos preços do ouro e a exigência de novos investimentos, à medida que o ouro de mais fácil extração ia acabando, decidiu vender o negócio. A pequena empresa que comprou o Borborema, por sua vez, não tinha capital suficiente para dar continuidade à exploração. “Eles achavam que Eike tinha tirado todo o ouro dali. Nós tínhamos uma opinião diferente”, conta Smakman.
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A aquisição na época foi concluída por US$ 2,4 milhões e desde então, a australiana iniciou os estudos na região. Foram gastos US$ 15 milhões até hoje e, em setembro do ano passado, a empresa concluiu a fase preliminar dos estudos de viabilidade e no início deste ano, assinou um protocolo de intenções com o governo do Estado do Rio Grande do Norte para a produção.
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Com o preço do ouro no patamar dos cerca de US$ 1.500 a onça-troy (31 gramas), estima-se faturamento anual de cerca de US$ 230 milhões com o projeto.
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Os custos de extração e exploração do metal no projeto, no entanto, são grandes. Segundo Smakman, o custo de produção de uma onça de ouro soma cerca de US$ 700 e o teor aurífero da jazida na região não é elevado: de 1,2 grama de ouro por tonelada de minério extraída e beneficiada. “A produção é difícil, mas as empresas australianas estão acostumadas com isso e detemos tecnologia”, explica o executivo australiano.
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Além disso, a construção da unidade de beneficiamento vai enfrentar diversos desafios, informa ele. Problemas com os recursos naturais e os de infraestrutura locais para a operação estão entre os mais complicados. Na região, de solo muito seco, falta água, insumo que precisa ser abundante para o processo de produção do ouro, principalmente nas operações de beneficiamento do minério. Dentre as soluções consideradas estão a utilização de reservatórios subterrâneos e a reutilização da água da cidade de Currais Novos. Para o escoamento da produção, será necessário também o desvio de uma rodovia da região.
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Para obter os R$ 400 milhões para a construção da unidade, a Crusader pretende levantar recursos no mercado, o que deve incluir empréstimos em bancos. “Consideramos ainda a opção de abrirmos capital da empresa no Brasil”, afirma Smakman. A companhia, que tem outros três projetos no país – envolvendo minério de ferro, tungstênio, estanho e urânio – ainda não tem receita e conseguiu levantar seu capital no mercado financeiro australiano a partir de uma oferta inicial de ações local e com posteriores vendas dos papéis.
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Smakman prevê que em 2013 será possível construir a unidade de beneficiamento e em 2014 iniciar a produção. Geólogo, fundador da companhia em 2004, o executivo nasceu em Perth, forte região mineradora da Austrália. Apesar de a empresa estar na Austrália, todo o corpo administrativo está no Brasil, com 90 funcionários. “No Brasil faltam empresas com capital para explorar recursos minerais. Na Austrália, há 5 mil empresas como nós, menores e com apetite ao risco, explorando, enquanto no Brasil há cerca de 50. Há muitas oportunidades para exploração de projetos que foram ignorados e para novas áreas de exploração”, conta Smakman.
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Fonte: Valor Econômico
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