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Seminário aponta oportunidade para Brasil expandir mineração de urânio

5 de dezembro de 2024

Evento teve apoio do IBRAM e contou com a participação de dois ex-ministros.

Com preço internacional do urânio em ascensão nos últimos anos, saltando de US$ 9 o kg para US$ 35 o kg, e diante da retomada das obras da usina nuclear de Angra 3 e do programa nuclear brasileiro pelo governo – o que pode ser anunciado este mês –, abre-se para o Brasil mais uma janela de oportunidade para expandir a mineração e gerar benefícios socioeconômicos, uma vez que o país detém uma das maiores reservas de urânio.

Esta projeção foi destaque no seminário “Mineração de Urânio: Perspectivas de Mercado e Regulação”, realizado na manhã desta 5ª feira (5/12), em Brasília, com apoio do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). Dois ex-ministros de Minas e Energia participaram: Silas Rondeau, atual presidente da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear, e Bento Albuquerque. Para Rondeau, a retomada das obras da usina de Angra 3 representa a retomada do programa nuclear brasileiro e o “reposicionamento do Brasil sobre este ativo estratégico que é o urânio”.

Além de expor a oportunidade de incrementar a mineração de urânio no Brasil, os participantes lembraram que a expansão da energia nuclear é bem-vista pelas Nações Unidas. Comissão Econômica da ONU para a Europa (UNECE) afirma que a energia nuclear é fundamental para evitar que a temperatura global aumente mais de 1,5°C. Para o país aumentar os investimentos na mineração de minérios nucleares é preciso criar condições regulatórias “adequadas e (demonstrar) vontade política”, segundo disse o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração, Mauro Souza, que participou online.

Seminário aponta oportunidade para Brasil expandir mineração de urânio

seminário “Mineração de Urânio: Perspectivas de Mercado e Regulação” – crédito: divulgação

Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares concorda, lembrando que a mina de Santa Quitéria, no Ceará, embora apresente 90% de fosfato (necessário para fabricar fertilizantes) e pequena quantidade de urânio, aguarda licenciamento há cerca de 20 anos, quando a média internacional de liberação de operação se situa entre 6 e 8 anos. A presença do urânio é que tem contribuído para a demora do licenciamento. Desde então, disse, “a empresa responsável pela mina já investiu cerca de R$ 200 milhões no projeto”, completou.

O seminário ocorreu na sede da Ordem dos Advogados do Brasil seção Distrito Federal e foi realizado pela OAB-DF e pela agência Minera Brasil. A mesa de abertura contou com a condução de Frederico Bedran, presidente da Comissão de Direitos Minerários da OAB-DF. A diretora técnica da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral e Mineração, Celeste Pereira, também integrou a mesa. Pelo IBRAM participaram Elena Renovato e Renata Santana, respectivamente coordenadora e consultora de Relações Institucionais. Elas representaram o diretor de Relações Institucionais, Rinaldo Mancin.

 

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